Descrição enviada pela equipe de projeto. A reforma e ampliação do estúdio do artista Cai Guo-Qiang, no centro de Nova York, otimiza a organização espacial das múltiplas funções do estúdio em torno de um pátio cheio de luz ao endereçar simultaneamente a rica herança de estúdios de artistas na cidade. Enquanto Cai tem desenvolvido uma série de espaços de grande escala para produzir e armazenar o seu trabalho em todo o mundo, o seu estúdio em Nova York é único no seu papel como sede pessoal do artista utilizado para a exposição e recepção. Sem galeria de representação, o estúdio tem um papel crucial nas operações do artista, funcionando como arquivo, galeria, recepção, administração e escritório.
Cai se formou, originalmente, em cenografia na Shanghai Theater Academy, mas o seu trabalho, desde então, atravessou várias mídias da arte, incluindo design, instalação, vídeo e performance artística. Sua assinatura em eventos explosivos surgiu a partir da experimentação precoce com pólvora e detonadores. Baseando-se na filosofia oriental e nas questões sociais contemporâneas como base conceitual, estes projetos e eventos têm como objetivo estabelecer um intercâmbio entre os espectadores e o universo em torno deles, utilizando uma abordagem específica do local para a cultura e história.
O estúdio em Nova York funciona como a interface pública e privada para estas obras, tanto nas suas múltiplas funções programáticas quanto na organização arquitetônica dessas funções. Como o estúdio do artista foi localizado em Lower East Side durante muitos anos, essa expansão é facilitada pela extensão do estúdio no subsolo e na loja adjacente na First Street. Construído em 1885, o programa original do edifício era uma escola. A renovação preserva muitos dos seus elementos históricos, incluindo a porta vermelha, que continua funcionando como a entrada principal, além dos tijolos originais, paredes de pedra, arcos e a escada existente. Estes elementos são justapostos com os novos materiais como resina translúcida e madeira para manter o caráter do edifício histórico dentro do espaço renovado.
Conexões verticais e horizontais entre o estúdio e seu contexto dentro do próprio edifício são criadas através de algumas intervenções-chave. O pátio original, em forma de cunha, é estendido até a frente da rua, definindo um novo pátio maior. Este gesto projetual cria uma extensão literal e conceitual da malha urbana do bairro até o programa no interior do edifício. A conexão entre os espaços públicos e privados é ainda reforçada pela inserção de um periscópio no nível da rua, que oferece vistas a partir do subsolo usando uma superfície espelhada.
O pátio alargado como uma cunha de luz continua através da distribuição de luz horizontal e verticalmente com uma série de poços de luz que se conectam aos espaços no subsolo e aos programas no nível principal. Painéis de vidro dentro do pátio otimizam a distribuição de luz e ar, e uma plantação de bambu no subsolo é coberta com grade aberta no nível principal para permitir o crescimento vertical máximo do plantio. Os vários programas do estúdio estão organizados em torno deste espaço ao ar livre central, criando uma forte relação com a natureza, como nas tipologias dos pátios chineses tradicionais.
Ao longo do seu comprimento, o pátio é definido por uma parede de resina translúcida que serve a várias funções. Isso inclui (1) organização dos espaços díspares de estúdio (2) distribuição de luz natural e serviços mecânicos (3) atuando como um elemento de sinalização e (4) prevê oportunidade de expansão dos espaços de depósito. A parede é uma coluna central no interior do edifício e o pano de fundo para uma variedade de programas do estúdio. Reproduz-se a ideia de um espaço de desdobramento em que diferentes cenas podem ser vistas como pinturas chinesas e referenciadas nas obras de Cai.
Como um elemento de reflexão de luz, mas também altamente funcional, a parede aborda simultaneamente as necessidades do estúdio ao criar uma instalação de arte "built-in". A parede é construída utilizando um método padrão de construção, instalação de rebocos, para produzir resultados inesperados. Os painéis de 3/4 "de resina são compensados a partir das paredes existentes, pela largura de um pino de metal padrão. A parede de resina inclui estantes integradas, espaços de balcão, serviços de infra-estrutura incorporados, além de espaços de armazenamento, exposição, de trabalho e funções de apoio.
A área de recepção, localizada ao lado do hall de entrada, é capaz de acomodar uma variedade de funções - desde a recepção dos visitantes até reuniões semanais do artista. Além disso, há um escritório aberto para sua equipe e um espaço reservado para Cai no núcleo circulação vertical central, com conexões visuais entre os dois.
As funções fundamentais de circulação são a circulação principal até o nível mais baixo e uma área de encontro casual, apoiada pelo bar adjacente e sala de banquetes no subsolo. A extensão de pé-direito duplo da parede de tijolos expostos dentro do núcleo também oferece espaço de exposição adicional e exclusivo para as obras de arte de Cai, complementando os espaços da galeria. As duas galerias principais, os ateliês oeste e leste, são totalmente acessíveis a partir do pátio e reforçados pela luz natural a partir do mesmo, além de possuir iluminação da qualidade de um museu. As paredes em ambos os espaços de exposição são capazes de acomodar obras de grande porte, enquanto o salão do ateliê oeste permite que o espaço funcione como uma recepção secundária e espaço para eventos.
O bar e sala de banquetes estão equipados para eventos, reuniões, palestras e exibições de filmes. A biblioteca fornece um amplo armazenamento para a coleção de publicações de Cai, bem como um espaço para reuniões flexíveis para os editores e escritores. A sala de armazenamento climatizada abriga inventário e arquivo, fechada por portas de vidro que ao mesmo tempo confere permeabilidade visual e vedação hermética para a qualidade do ar. A sala de chá para a recepção no subsolo demonstra uma das muitas maneiras em que filosofias orientais influenciam o projeto arquitetônico. A sala de chá apresenta tatames para os clientes, em direção a silhueta difusa do plantio de bambu dentro do pátio, reforçando uma relação programática entre natureza e paisagem.